Um culto religioso emergente, conhecido como “A Comunidade do Profeta”, se formou nos primeiros dias do surto, atraindo aqueles que buscavam respostas e um sentido para a calamidade que se abateu sobre o mundo. Eles acreditam que a infecção é um castigo divino imposto à humanidade por seus pecados, um ato de purificação inevitável para expurgar os impuros e preparar o caminho para um novo início. Para os membros da Comunidade, o vírus é uma manifestação da vontade divina, uma forma de redimir o mundo através do sofrimento.

A base de operações do culto é uma antiga igreja, escondida no interior da ilha, cercada por florestas densas e de difícil acesso. Esse local foi convertido em um santuário, onde os fiéis se reúnem para realizar rituais e buscar a orientação do “Profeta”, o enigmático líder do grupo. Pouco se sabe sobre a identidade do Profeta antes do surto, mas seus seguidores acreditam que ele é um escolhido, enviado para guiar os sobreviventes rumo à redenção. Suas pregações são carregadas de simbolismo e visões apocalípticas, prometendo que aqueles que suportarem o sofrimento e se manterem fiéis serão recompensados na “Nova Terra”, um mundo livre dos pecados do passado.

A Comunidade do Profeta recruta principalmente os desesperados — aqueles que perderam tudo e não veem mais esperança no mundo atual. Para esses indivíduos, o culto oferece não apenas proteção física contra os horrores do surto, mas também um senso de propósito e pertencimento. Em troca, exige-se lealdade absoluta e a aceitação incondicional dos ensinamentos do Profeta. O culto tem um sistema de hierarquia bem definido, com seguidores mais antigos ocupando posições de autoridade e servindo como guardiões e instrutores dos novos membros.

Os rituais realizados na igreja são parte fundamental da vida na Comunidade. Eles envolvem orações, cantos e atos de penitência, nos quais os fiéis buscam expiar seus pecados e demonstrar sua devoção. Alguns desses rituais são considerados extremos, testando os limites físicos e psicológicos dos participantes, mas para os membros do culto, tais provas são necessárias para provar sua fé e se purificar diante dos olhos divinos. A disciplina é rigorosa, e qualquer sinal de dúvida ou deslealdade é visto como uma ameaça à sobrevivência e à unidade do grupo.

Apesar da aparente austeridade, a Comunidade do Profeta tem crescido em número, pois muitos veem no culto uma última chance de redenção e sobrevivência. A promessa de um futuro melhor na “Nova Terra” é um poderoso incentivo para aqueles que não conseguem mais encontrar esperança no mundo em ruínas ao seu redor. O Profeta, com sua presença carismática e discurso fervoroso, consegue manter o grupo unido, mesmo em meio ao caos e à incerteza, convencendo-os de que o sofrimento atual é apenas o caminho necessário para alcançar a verdadeira salvação.