A Guarda da Ilha, composta por ex-policiais, voluntários e civis determinados, foi formada nas primeiras semanas do surto que devastou Sakhal. Diante do caos inicial, esses homens e mulheres decidiram unir suas forças para tentar restabelecer alguma ordem em meio ao colapso da sociedade. Eles ocuparam a antiga sede da polícia e a prefeitura, transformando esses locais em um centro de comando e um refúgio para os não-infectados. A ideia era proteger os cidadãos que ainda não tinham sucumbido à infecção e evitar que Sakhal se tornasse um campo sem lei.

A Guarda da Ilha acredita firmemente que o governo ainda tem capacidade de salvar a população, e essa crença é o que os motiva a manter uma organização rigorosa. Para eles, é uma questão de tempo até que um resgate venha e, até lá, precisam preservar a ordem, proteger os vulneráveis e gerenciar os recursos escassos que ainda restam. Seus membros patrulham as ruas, confiscam alimentos e medicamentos e tentam manter uma aparência de normalidade em meio ao colapso. Eles distribuem tarefas e responsabilidades, mantendo um sistema de turnos e treinamento para garantir que todos estejam preparados para lidar com qualquer emergência.

No entanto, com o passar do tempo, a situação tem se tornado cada vez mais desafiadora. A desconfiança entre os próprios membros da Guarda começa a crescer — alguns questionam se o governo realmente virá ao seu socorro ou se eles estão simplesmente se iludindo. A escassez de suprimentos também tem sido um problema constante, forçando a Guarda a tomar medidas cada vez mais drásticas, como racionamento severo e patrulhas mais agressivas em busca de recursos. Isso, por sua vez, gerou tensão com outros grupos de sobreviventes que não veem a Guarda como protetores, mas como autoritários que agem em interesse próprio.

A liderança da Guarda, que antes era vista como uma luz de esperança, agora enfrenta dúvidas internas e externas. As promessas de resgate governamental começam a soar vazias para alguns, e a necessidade de manter a população segura é constantemente desafiada por aqueles que acham que a autossuficiência é a única opção viável. Em meio à incerteza, a Guarda da Ilha luta para preservar a ordem em Sakhal, mesmo que a linha entre proteção e opressão se torne cada vez mais tênue.